

Recentemente, uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest, intitulada “O que pensa o mercado financeiro”, revelou um dado surpreendente: 68% dos profissionais do setor financeiro acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será preso. O estudo, que entrevistou gestores, economistas e analistas de fundos de investimento, reflete a crescente percepção no mercado sobre a possibilidade de uma condenação de Bolsonaro. Este número vem aumentando significativamente, desde a última pesquisa em dezembro, quando apenas 55% dos entrevistados acreditavam em sua prisão.
O que diz a pesquisa?
A pesquisa revela que 16% dos entrevistados não acreditam na possibilidade de prisão de Bolsonaro, enquanto outros 16% ficaram indecisos. Este aumento no número de pessoas que consideram a prisão de Bolsonaro provável está diretamente relacionado aos recentes acontecimentos envolvendo o ex-presidente, como a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) em fevereiro. A denúncia inclui acusações graves, como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e até mesmo a tentativa de abolição do Estado democrático de direito.
Entendimento sobre Lula e 2026
Além disso, o levantamento também trouxe à tona as expectativas do mercado financeiro sobre o cenário político futuro, em especial as perspectivas em relação à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. A pesquisa revelou que a confiança de que Lula disputará um segundo mandato caiu consideravelmente, de 86% em março do ano passado para 60% na rodada atual. O mais interessante é que a probabilidade de Lula vencer as eleições de 2026 também diminuiu drasticamente, de 53% para 27%. Por outro lado, 66% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente seria derrotado caso disputasse o pleito.
Se Lula não disputar as eleições, o nome mais cotado da esquerda para a presidência é o do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad. De acordo com a pesquisa, 57% dos entrevistados apontam Haddad como o provável candidato do PT. No campo da oposição, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é considerado o favorito para derrotar a esquerda, com impressionantes 93% dos votos entre os entrevistados. Em seguida, aparece o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com apenas 3%, após o anúncio de seu licenciamento do mandato.
A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 17 de março, e envolveu 106 líderes de pensamento financeiro com base em São Paulo e Rio de Janeiro, um público altamente influente no mercado financeiro brasileiro. Esses números indicam que, embora o cenário político brasileiro continue instável, a confiança do mercado em relação ao futuro das eleições e à possibilidade de prisão de Bolsonaro está claramente em ascensão.
O que podemos concluir dessa pesquisa é que o mercado financeiro brasileiro está cada vez mais atento às movimentações políticas e aos desdobramentos legais que envolvem figuras chave do cenário nacional, como o ex-presidente Bolsonaro e o atual presidente Lula. A tendência é que, com o passar do tempo, a pressão sobre Bolsonaro aumente, especialmente com a evolução dos processos judiciais e das novas denúncias. Por outro lado, o mercado também está se preparando para um futuro eleitoral imprevisível, com a ascensão de novos candidatos e uma dinâmica de poder que pode mudar rapidamente, afetando diretamente as expectativas econômicas do país.